QUANDO...


Quando te conheci eu não pensava em nada
Não buscava nada, não ansiava por nada
Era só eu, naquela tarde, era só eu

Olhei nos teus olhos negros e não pude sentir nada
Não entendi, pois era eu quem te olhava
Mas passaste por mim como mil outros dias
Todos iguais a este, porém não senti nada

Outra vez te encontrei, outra vez te busquei
Mais uma vez eu tentei entender
só que isso resultou em nada
Nada...

Até que te falei sobre tudo, e aí fez sentido
O papel iluminava minha face como o sol toca a grama
Pensamentos sobre você vagavam como luz pelos cantos da minha lembrança
Quem é você? Se não tudo?

Escrevi, sim, sobre tudo, escrevi sobre você
Como me roubaste de mim, buscaste também me conhecer
Tu eras tudo, eu era nada, viramos fato
viramos ato de criação, belo em essência

O sol já nos ilumina; é primavera