REQUINTES DE TORTURA


Me aposento do amor, da ternura, do lamento
É completa a apatia, fez-se carne o que um dia foi idéia.

É afável, a tentativa de costura, de remendos na ranhura que um dia foi este sentimento
Mas se acaba em covardia, nunca mais em pleno dia, nos veremos de alma nua.

Mas, como em rotina, este amor que lhe devora
O diabo bate às portas, já é hora de tortura.

Outra vez, serei culpado, seu assassino que foi amado
Muitas vezes em tardes cruas.

Pois mesmo a fartura se ausenta, sem nada que repreenda
Sem sabor, sem libido, sem luxúria.