Somos opostos

Somos opostos, não nego
Consigo ver com clareza
Mas meu amor complacente te entrego
Te amo com ínfima nobreza

Assim como um bando de graúnas
Uma noite serena e fria
Podes ver no fundo dos meus olhos
Uma negra calmaria

Assim como o céu de uma manhã estiada
Um riacho de água cristalina
Posso ver no fundo dos teus olhos
Uma divina sinfonia

Ando e amo em passos largos
Paciência não é meu forte
Mas tu me acalmas em teu braços
Então exclamo em ode: Como tive sorte!

O que fazer com tudo isto?
Este meu jeito clichê...
Pois cada dia mais eu sinto:
Fostes feita pra mim e eu pra você

De todo modo, ao contrário
De virse e versa, de cabo a rabo
Não consegui ver uma diferença em você
Que não completasse um pedaço do meu ser